ABRINDO O CORAÇÃO yan
Eu quisera subir muito alto, Senhor
Acima de minha cidade
Acima do mundo,
Acima do tempo,
Quisera purificar meu olhar
e ver tudo com Teus olhos.
Eu veria então o Universo,
a Humanidade, a História,
como Vc, Pai ,Os vê.
Eu veria nesta prodigiosa transformação da Matéria
Neste perpétuo borbulhar de vida,
Teu grande Corpo
que nasce sob o sopro do espírito,
Eu veria a bela, a eterna Idéia de Amor de Ti Pai,
que se realiza progressivamente:
Tudo recapitular em Ti,
as coisas do Céu e as da Terra.
E eu veria então que hoje,como ontem,
os mínimos elementos participam deste plano,
cada homem em seu lugar
Cada grupo
E cada objeto.
Eu veria esta fakuldade em que estou
a fábrica e aquele cinema,
A discussão na convenção coletiva de trabalho
e a colocação do chafariz-da-beira-da-estrada.
Veria o preço do pão que se apregoa
e a turma de garotos que vai para o baile.
O gurizinho que nasce e o ancião que morre.
Veria o menor fragmento de matéria
e a mínima palpitação de vida.
O Amor e o ódio.
O pecado e a Graça.
Elevado, eu Yan, compreenderia
que aos meus olhos desenrola-se A História Sagrada,
que, segundo a promessa,
só na Glória acabará
após a ressureição da carne.
Quando te apresentares diante do Pai dizendo:
Está consumado,
Eu Sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim.
Eu compreenderia que está tudo ligado,
Que tudo é um só movimento de Toda a Humanidade
E de todo o Universo rumo a Trindade,
em ti e por ti, Senhor.
Eu compreenderia que nada é profano
entre as coisas, as pessoas,
Os acontecimentos.
Mas, que ao contrário,t
udo é sagrado por Deus desde as origens.
E tudo deve ser consagrado pelo homem divinizado
Eu compreenderia a minha vida,
imperceptível respiração Neste Grande Corpo Total,
É um tesouro indispensável, no projeto do Pai.
Isso eu bem sei
Eu queria estar reunido
Uno a minha alma par
Quisera subir muito alto, Senhor,
Acima de minha cidade,
Acima do Mundo,
Acima do Tempo,
Quisera purificar meus olhos
e ver tudo com Teus olhos. YAN AYRTON *
I Jo 4,16 (ho theos agape estin) = “Deus é amor"
“Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele.
Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele (I JO 4,16)
Enquanto isso na Terra dos Homens,
se nada de resolutivo de fato for feito ~
persistirá, e teremos que conviver - sem merecer - com
UM MEDO TRISTE NO AR .
QUE TEIMA EM NÃO SE RETIRAR. Yan Ayrton
O 11 de setembro nosso não é só um dia.
São mais de 270 dias . São anos e anos tb.
Uma longa gestação de desencanto-temor-espanto
com o sonho-necessidade lúdica de voar .
Um 11 de setembro de tantos dias.
Escurescentes.
De vítimas e destinos subtraídos de si .
Traídos por aéreas viagens com a Morte no fim.
Da forma mais terrível e horrível.
Dias-meses de chumbo.
De tb medo,temor ,exasperação, e indefinição.
Não nos afligimos com o terrorismo bombástico de aviões kamikases semeadores do caos,
de torres de babel de aço soçobrantes,desabantes
de uma até então inexpugnável nação cão-de-fila da ‘democracia a(r)mada’.
Aqui inauguramos o terrorismo sutil inovativo da omissão .
O terrorismo da não ação.
Que conseguiu resultar num gigantesco medo pessoal, coletivo e silencioso.
Medo colossal.
Anormal e jamais banal
Senão vejamos -
Perguntem à qualquer passageiro de juízo são,
o que ele sente, de fato,
cada passageiro ao subir a escada de embarque
de qualquer avião em solo pátrio ,
o que lhe assalta a mente
enquanto realiza aquele ato :
Acho que estou em risco. Sairei do chão? Voltarei incólume à ele ?
Neste vôo o que resultará ?
Uma viagem normal ou o adeus abrupto final ?
Aqui não temos SWATs, CIAs,FBIs, ações espetaculosas, toupeiras infiltradas inside grupos from abroad,caça implacáveis multilaterais à terroristas homens e organizações idem, recompensas de 50 milhões de dólares, nada disso .
Aqui temos há mais de duas décadas, uma insidiosa letargia, pistas calça-curtas num pais de espaço descomunal,
pródigos overbookings, atrasos dilatados ,compromissos futuros à cumprir aniquilados...
Aqui temos aeroportos congestionados, crianças e idosos numa liturgia de espera malsã e vã ,combalindo-se em esperas prolongando-se no dia já findo.Companias aéreas gaúchas pioneiras tratadas com ingratidão, tomadas por aventureiras e deixadas sem vintém.Controladores adoecidos por excesso de trabalho, intimidados , desvalorizados ,com salários indignos e pressões idem .
E mesmo assim, muitos sorrisos nos lábios.Governo após governo .E o viajar-se aéreo crescendo.
Para tudo isso , muitas palavras de explicação , postergação e a teimosa letargia que lentifica tudo ,gera desesperança ,ancora mudança ,imaginando solucionadora resignação ,indiferença e apatia.
Enquanto isso,
Os aviões estão lá . O medo em embarcar neles idem .
Houve um tempo que um não trazia poderosamente incontente o outro.
Agora, ao penetrar-se qual Jonas no útero contemporâneo
da baleia alada de tamanho igual de aço portentoso ,
a pergunta plural dos passageiros naquelas entranhas elegantes ,
pergunta silenciosa ensurdecedora que teima em não se calar e se enunciar
ela , inevitável, regada à calafrio medular, é feita :
O que acontecerá comigo aqui dentro depois de cintos afivelados ? Pisarei íntegro o solo de novo ? Qualquer solo ? Ou me tornarei restos pedaços,destroços ,de liquefeitos e carbonizados ossos ?
Senhores – humildade , vontade , tenacidade, determinação e ação.
Não nos ilhemos perante nós mesmos.
Não nos ilhemos perante cada nação .
Em cada coração de um brasileiro mora latente ou manifesto um Santos Dumont.
Por todos nós , pelos os que já foram .
Não se esqueçam disso. YAN AYRTON
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