terça-feira, 31 de julho de 2007

A minha família poética.




Breve o dia Ricardo Reis

Breve o dia, breve o ano, breve tudo.

Não tarda nada sermos.

Isto, pensado, me de a mente absorve
Todos mais pensamentos.
O mesmo breve ser da mágoa pesa-me,

Que, inda que mágoa, é vida. Ricardo Reis
Ricardo Reis, pormenor do mural de Almada Negreiros
na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1958).

Leia ensaio sobre:"O Ano da Morte de Ricardo Reis" de José Saramago

Poemas dele que selecionei : ( clike em cima do nome do poema para le-lo )

A Abelha que voando
A Cada Qual
Acima da Verdade
A Flor que És
Aguardo
Aqui, dizeis, na cova a que me abeiro
Aqui, Neera, longe
Aqui, neste misérrimo desterro
Ao Longe
Aos Deuses
Antes de Nós
Anjos ou Deuses
A Palidez do Dia
Atrás Não Torna
A Nada Imploram
As Rosas
Azuis os Montes
Bocas Roxas
Breve o Dia
Cada Coisa
Cada dia sem gozo não foi teu
Cada Um
Como
Coroai-me
Cuidas, Índio
Da Lâmpada
Da Nossa Semelhança
De Apolo
De Novo Traz
Deixemos, Lídia
Dia Após Dia
Do que Quero
Domina ou Cala
Estás só. Ninguém o sabe.
Este Seu Escasso Campo
É tão Suave
Feliz Aquele
Felizes
Flores
Frutos
Gozo Sonhado
Inglória
Já Sobre a Fronte
Lenta, Descansa
Lídia
Melhor Destino
Mestre
Meu Gesto
Nada Fica
Não a Ti, Cristo, odeio ou te não quero
Não a Ti, Cristo, odeio ou menosprezo
Não Canto
Não Consentem
Não Queiras
Não quero as oferendas
Não quero, Cloe, teu amor, que oprime
Não quero recordar nem conhecer-me
Não Só Vinho
Não só quem nos odeia ou nos inveja
Não sei de quem recordo meu passado
Não sei se é amor que tens, ou amor que finges
Não Tenhas
Nem da Erva
Negue-me tudo a sorte, menos vê-la
Ninguém a outro ama, senão que ama
Ninguém, na vasta selva virgem
No Breve Número
No Ciclo Eterno
No Magno Dia

A Canção do Delirante Aengus(1899) W. B. Yeats

Eu fui para uma floresta de nogueiras,
Porque minha mente estava inquieta,
Eu colhi e limpei algumas nozes,
E apanhei uma cereja, curvando o seu fino ramo;

E, quando as claras mariposas estavam voando,
Parecendo pequenas estrelas,
flutuando erráticas,

Eu lancei framboesas,
como gotas, em um riacho

E capturei uma pequena truta prateada.
Quando eu a coloquei no chão

E fui soprar para reativar as chamas,

Alguma coisa moveu-se e eu pude ouvir,
E, alguém me chamou pelo meu nome:
Apareceu-me uma jovem, brilhando suavemente
Com flores de maçãs nos cabelos
Ela me chamou pelo meu nome e correu
E desapareceu no ar,
como um brilho mais forte.

Talvez eu esteja cansado de vagar em meus caminhos
Por tantas terras cheias de cavernas e colinas,

Eu vou encontrar o lugar para onde ela se foi,
E beijar seus lábios e segurar suas mãos;

Caminharemos entre coloridas folhagens,
E ficaremos juntos até o tempo do fim do tempo,
colhendo
As prateadas maçãs da lua,
As douradas maçãs do sol.

W. B. Yeats

eu estou te pedindo e.e.cummings

querida é praque mais poderia umnão mas não é o queclaro mas você não pareceentender que eu não posso sermais claro a guerra não é o que imaginamos mas por favor pelo amor de Ohque diabo sim é verdade que fuieu mas esse eu não sou euvocê não vê que agora não nemsequer cristo mas vocêprecisa compreendercomo porqueeu estoumorto e.e.cummings(tradução: Augusto de Campos )

MORRO DO QUE HÁ NO MUNDO Cecília Meireles

Morro do que há no mundo:
do que vi, do que ouvi.
Morro do que vivi.

Morro comigo,
apenas:com lembranças amadas,
porém desesperadas.

Morro cheia de assombro
por não sentir em
princípio nem fim.

Morro: e a circunferência
fica, em redor, fechada.
Dentro sou tudo e nada. Cecília Meireles

SAUDAÇÃO Ezra Pound Oh geração dos afetados consumados
e consumadamente deslocados,

Tenho visto pescadores
em piqueniques ao sol,

Tenho-os visto,
com suas famílias mal-amanhadas,

Tenho visto seus sorrisos transbordantes de dentes
e escutado seus risos desengraçados.

E eu sou mais feliz que vós,
E eles eram mais felizes do que eu;

E os peixes nadam no lago
e não possuem nem o que vestir. Ezra Pound (tradução de Mário Faustino)

E Então Que Quereis?...Maiakovski

Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.

Maiakovski(1927)
Tradução de E. Carrera Guerra
Do Livro "Maiakóvski-Antologia Poética"/Editora Max Limonad, 1987.

...as delícias do céu estão em mim...Walt Whitman

Eu sou o poeta do corpo

Eu sou o poeta do corpo

e sou o poeta da Alma,

as delícias do céu
estão em mim
e os horrores do inferno
estão em mim

- o primeiro eu enxerto
e amplio ao meu redor

o segundo eu traduzo
em nova língua

Walt Whitman

Anima Bella da Quel Nodo Sciolta Petrarca

Alma tão bela desse nó já solta
Que mais belo não sabe urdir natura,
Tua mente volve à minha vida obscura
Do céu à minha dor em choro envolta.
Da falsa suspeição liberta e absolta
Que outrora te fazia acerba e dura
A vista em mim pousada, ora segura
Podes fitar-me, e ouvir-me a ânsia revolta.
Olha do Sorge a montanhosa fonte
E verás lá aquele que entre o prado e o rio
De recordar-te e de desgosto é insonte.
Onde está teu albergue, onde existiu
O amor que abandonaste. E o horizonte
De um mundo que desprezas, torpe e frio.
Petrarca

Bocage

Já Bocage não sou!... À cova escura
Já Bocage não sou!... À cova escuraMeu estro vai parar desfeito em vento...Eu aos céus ultrajei! O meu tormentoLeve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figuraEm prosa e verso fez meu louco intento.Musa!... Tivera algum merecimento,Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase friaBrade em alto pregão à mocidade,Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui...

A santidadeManchei!...

Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos,
crê na eternidade! Bocage

Soneto XVII W.Shakespeare

Who will believe my verse in time to come
If it were filled with your most high deserts?
Though yet heaven knows it is but as a tomb
Which hides your life and shows not half your parts.
If I could write the beauty of your eyes
And in fresh numbers number all your graces,
The age to come would say, `This poet lies:
Such heavenly touches ne’er touched earthly faces.’
So should my papers, yellowed with their age,
Be scorned like old men of less truth than tongue,
And your true rights be termed a poet’s rage
And stretched metre of na antigue song:
But were some child of yours alive that time,
You should live twice, in it and in my rhyme.


Quem crerá nos meus versos algum dia,
Se tanto louvam tuas qualidades?
Mas sabe o céu que são a tumba fria
A te esconder a vida e só a metade
Dizem de ti. Se teus olhos, somente,
Ou tuas graças todas eu cantasse,
O futuro diria: “O poeta mente,
Que o céu não toca assim humana face.”
E então os meus papéis já desbotados
Seriam - como velhos falastrões -
Encarnecidos e os teus dons deixados
No esquecimento de banais refrões:
Mas terás, se um teu filho viver tanto,
Dupla vida: no filho e no meu canto.
W.Shakespeare Tradução: Yan Ayrton

OS INICIADOS ARTHUR RIMBAUD

Estranhos à nevasca e ao brumado,
Em torno do respiradouro aluminado,

Agrupados,
Ajoelhados, cinco petizes - miséria! -


Espreitam o Padeiro que fabrica a féria:

O Pão fulvo e pesado.
Observam o vigor do forte braço branco
Que introduz a massa branca
No forno brilhante.

E pressentem o bom pão que chia.

O Padeiro, sorrindo de alegria,
Bufa resfolegante.

Agora, acocorados, imotos semoventes,
Sentem o hálito do respiradouro, ardente

Como um colo fogoso.
Quando, na vigília da meijoada,

Tira-se a fornada modelada

Em brioche untuoso,
Quando, sob esfumaçados tetos,
Cantam grilos

E crostas perfumosas,
Quando, enfim, o forno quente despeja a vida,

Suas almas estão já tão seduzidas,

Sob vestes andrajosas,
E tanto se comovem vivendo,


Estes pobres Cristos na geada perecendo,

Que lá estão,
Colando suas carinhas afogueadas

À treliça - coisas cochichadas

Por entre vãos –
Todo animais,
fazendo preces,

Recurvados tão intensamente para as luzes
Daquele paraíso artificial,

Que rasgam as calças

E suas camisas esvoaçam

Ao vento invernal. >>> ARTHUR RIMBAUD Paris,1871 , aos 18 anos. ( tradução de Yan Ayrton )

A KIDs DREAM yanEu tive um sonho
\\

Sonhei que estava falando com um Anjo

Um lindo anjo de olhos azuis

No Paraíso.

\\

Eu não queira acordar

Só queria sonhar...

Com seu sorriso lindo

Minha alma iluminava

Com sua voz cálida

A cada palavra

Meu coração tocava...

\\

Era dificil de explicar

\\

Mas sei que me entendia

Não precisei nada dizer

Apenas em seus olhos, olhar...

Rindo como crianças


Amor, lembranças,ternura,krinho

Brincamos felizes

Abrindo totalmente

O nosso coração...

\\

A alegria de viver

A ternura de amar

A certeza de compreender

E uma linda amizade

Compartilhar...

\\

Mas, chegou a hora de acordar

Deste lindo sonho me apartar

\\

Mas com muita alegria sei

Outra vez nesta noite

Com meu lindo anjo

Irei sonhar... yannREVOLUÇÃO. yan ay

Hoje eu vou mudar

Vasculhar minhas gavetas

Jogar fora sentimentos

e ressentimentos tolos

Fazer limpeza no armário

retirar traças e teias

E angústias da minha mente.

Parar de sofrer por coisas tão pequeninas

Deixar de ser menino pra ser homem

Hoje eu vou mudar

Por na balança a coragem

Me entregar no que acredito.

Pra ser o que sou sem medo

Dançar e cantar por hábito

E não ter cantos escuros

Pra guardar os meus segredos

Parar de dizer

Não tenho tempo pra vida

que grita dentro de mim

Me libertar!...

Hoje eu vou mudar

Sair de dentro de mim

E não usar somente o coração

Parar de cobrar os fracassos,s

soltar os laços

E prender as amarras da razão...

Voar livre com todos os meus preceitos

Pra que eu possa libertar os meus direitos

E não cobrar dessa vida

Nem rumos e nem decisões pétreas

Hoje eu preciso e vou mudar

Dividir no tempo e somar no vento

Todas as coisas que um dia um dia sonhei conquistar

Porque sou humano ser como qualquer um

Com dúvidas e soluções,

Com erros e acertos,Amor e sonhos.

Suave como a gaivota e forte como o leão

Tranqüilo e pacificador

Mas ao mesmo tempo contundente e revolucionário

Eu qro mudar,...Eu me vou mudar.. Yan AyrtonPROPÒSITO yan

Se sua vida for de amor ame.

Se sua vida for de tristeza esqueça.

Se sua vida for de ilusão acorde.

Se sua vida for de guerra lute.

Se sua vida for de felicidade faça alguém feliz.

Mas se sua felicidade depender de amor

considere-se feliz.Porque eu te amo.



ESTE MEU RIO DE SONHO yan

Vou à lua

vou apanhar meu barco

no cais do sonho

e velejar ligeiro

na estrada do arco-íris




não deixarei a calmaria

retardar meu fardo

nem o maremoto

confundir meu hino



vou navegar profundo

nestas águas em cio


volto amanhã

no terno Eterno

e trago nas mãos a liberdade

num barco chamado poesia. Yan

História do Pão

Pão é um alimento elaborado com farinha, geralmente de trigo, água e sal, com ou sem levedura - fermento, formando uma massa com consistência elástica que permite várias formas.
Foi produzido pela primeira vez, período mesolítico, por povos que habitavam a região onde agora é a Suíça, aldeias palafitas, por volta do ano 10.000 a.C. e, em 9.000 a.C., período neolítico, já se tem achados arqueológicos de pedras moldadas para triturar grãos.
Mencionados por Hecateu de Mileto, os egípcios foram "o povo comedor de pão". Lá o pão pagava até salários: camponeses ganhavam três pães e dois cântaros de cerveja por dia de trabalho.
Os gregos chamavam os egípcios de "arthophagoi", que significa "comedores de pão".
Em 3.500 a.C., em Tebas, no Egíto, em tumbas de reis, se encontraram cestas com pães.
O sistema de fabricação dos egípcios era muito simples e foram mostrados em pinturas encontradas sobre tumbas de reis que viveram por volta de 2.500 a.C.
Atribui-se, também aos egípcios, Suméria, parte sul da Mesopotâmia, o Iráque da atualidade, a modelagem de pedras cilíndricas para moer cereais, 3.000 / 2.900 a.C., a criação do primeiro forno de assar pães, e é feito, também, o descobrimento da fermentação - levedação.
As vantagens da fermentação - levedação e o consumo do pão mais semelhante ao que comemos hoje, era utilizada pelos egípcios há 3.000 anos a.C.
A fermentação - levedação, do ponto de vista atual e bioquímico, é um processo anaeróbio de transformação de uma substância em outra, produzida a partir de microorganismos biológicos naturais, tais como bactérias e fungos, chamados nesses casos de fermentos ou leveduras.
A levedura - fermento, Saccharomyces cerevisiae, é natural, biológica e não é transgênica.
É utilizada como modelo no estudo da Bioquímica, Genética e Biologia Celular de Eucariotos. Isto porque é de fácil manutenção em laboratório e o conhecimento biológico sobre ela é bem desenvolvido, seu genoma já está seqüenciado.
É um organismo Eucarioto, pois pertence ao grupo dos fungos. Fungo composto de minúsculas células tipo vegetais similares às bactérias. Suas enzimas invertase e zimase transformam açúcar em álcool e gás carbônico.
Elas fazem crescer o pão, transformam suco de uva em vinho e em vinagre, fermentam a cevada para produzir cerveja, transformam açucares em álcool, azedam o leite produzindo ácido láctico, daí o iogurte e a coalhada.
Células do corpo humano produzem enzimas digestivas, como pepsina e renina que transformam comida em uma forma solúvel de alimento.
É fonte de alto teor protéico, porém, ao contrário das fontes de proteína animal, tem a vantagem de não possuir gorduras e ainda contém vitaminas do complexo B, ergosterol, excelente fonte de vitamina D e, minerais como potássio, cromo e ferro.
No caso da massa do pão, os fermentos - leveduras consomem amido, digerindo o açúcar da massa, liberando CO2 - Gás Carbônico, que aumenta o volume da massa, alveolando internamente o pão, fazendo-o fofo.
Existem, fermentos - leveduras, processo artesanal, o mesmo descoberto pelos egípcios em 3.000 a.C., que se chamam hoje, fabricação do "Chefe", desenvolvidos a partir das próprias massas de pão envelhecidas, frutas e leguminosas misturadas à farinha. Persistem às condições atuais e tem processo delicado, sensível e, pedem tempo de levedação maior e quantidades maiores de levedura, em comparação com o saccharomyces cerevisiae, seja fresco ou seco. Esta técnica praticamente foi a única usada até o século XIX mas existe quem as adota, pois tem o produto final, o Pão, depois de assado, sabor incomparável e pode ter uma durabilidade que varia de 3 a 7 dias, dependendo da temperatura e umidade do ambiente em que se encontra.
Bem, o pão também teve sua história na Grécia e em Roma.
Na Grécia, 250 a.C., ocorreu praticamente na mesma época que no Egito, mas foi lá que o pão passa a fazer parte da história da alimentação e da gastronomia, ao se acrescentar ervas e grãos, inteiros ou moídos, aromatizantes, à sua massa; de lá veio o primeiro padeiro de que se tem notícia e também, o início do acréscimo do levedo à base de lúpulo, cereal utilizado na fabricação da cerveja. Pode-se dizer que os gregos participaram, ainda que involuntariamente, da famosa política romana do "Panem et Circenses", Pão e Circo, criada para acalmar o ânimo da população e a consciência dos governantes.
As padarias, hoje panificadoras, surgiram por volta de 4.000 a.C., também em Jerusalém, após o contato com os egípcios, com quem aprenderam a fabricação e obtiveram as receitas. Pouco tempo depois, já existia na cidade uma famosa rua de padeiros.
Em Roma, 500 a.C., foi criada a primeira escola para padeiros e confeiteiros. Por volta de 100 / 140 a.C, os romanos melhoraram o processo de moagem e, como resultado disto, foram os primeiros a produzir pão branco. Conheciam já 70 variedades de receitas de pão. Antes disto, somente fazia-se pães escuros, de grãos integrais. Roma possuíam mais de 200 padarias comerciais.
Nos século IX e X, criaram-se os primeiros moinhos movidos a vento, "mulinos", e também, os primeiros à roda d'água.
Até o século XIX o pão foi a base da alimentação do homem. No entanto, foi em 1305 que os governantes perceberam que para vender o produto seria necessário um comerciante. O rei da França, Don Luiz, resolveu então organizar ali, "o negócio", autorizando o "tamisier", peneireiro ou aquele que usava o tamis ou peneira para coar farinhas, a assar e vender o pão. Nasciam, as "boulangeries" parisienses, padarias, e o ancestral do moderno "boulanger", padeiro. Nesta época a França já contava com 20 variedades de pães.
Em 1372, Carlos V determinou que os padeiros franceses só poderiam produzir três tipos de pães e três tipos de peneiração de farinha. Tabelou o preço e exigiu que o peso fosse vigiado pelos inspetores da Prefeitura de Paris. Uma vez por mês, obrigava o "boulanger" a entregar uma amostra de pão para analisar sua composição e peso.
Às vésperas da Revolução Francesa, Maria Antonieta, rainha da França, foi informada de que o povo passava fome: “Eles não têm pão, Alteza”. Ao que ela respondeu: “Se não tem pão, que comam brioches”. Não se sabe se o diálogo realmente aconteceu, mas a frase, de fato, ficou famosa. Já a rainha teve a cabeça cortada na guilhotina!
Depois de utilizada pelos Gregos, a levedura - fermento, de cerveja, voltou a aparecer em 1665 em Paris. O pão se tornou mais leve e a massa mais fofa. A rainha Maria de Médicis aprovou o resultado e se tornou fã fervorosa do novo pão. Alguns meses mais tarde, porém, médicos franceses proibiram o uso da levedura de cerveja na fabricação do pão, alegando ser prejudicial à saúde.
Nos Estados Unidos da América - EUA, século XVIII, é construído o maior moinho então já feito, 7 (sete) andares, para o refino de farinha de trigo.
Somente no século XIX a levedura de cerveja foi reabilitada. Aparece, neste século, o primeiro fogão cilíndrico de ferro, facilitando a produção doméstica de pão e em 1850 o primeiro forno contínuo para padarias, na Grã-Bretanha.
Ainda, Louis Pasteur prova que a fermentação natural era causada por organismos vivos, processo que ajudou na elaboração industrial do fermento - levedura. Em 1865 é fabricado o primeiro fermento prensado; antes só existia sobe a forma de creme, um dos tipos utilizado hoje, fresco.
No século XX aparece o fermento - levedura biológica e natural à base de melaço da cana-de-açúcar.
O aparecimento da máquina ocorre, também, no século XIX, com amassadeiras e batedeiras, hidráulicas ou manuais, com um custo muito alto e também com grande rejeição. Os consumidores mostraram-se hostis com o pão sendo feito mecanicamente. Pouco tempo depois surge o motor elétrico e a reclamação passa a ser dos padeiros. Cada máquina substituía dois padeiros.
Foi nesta época que o pão chega ao Brasil e em 1835 começa a funcionar no Rio de Janeiro o primeiro estabelecimento vendendo pão de trigo.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que as pessoas comam 60 quilos de pão por ano, ou seja, 165 gramas de pão por dia. O País que mais come pão é o Marrocos, sendo que em média se come 100 quilos ao ano por pessoa. O País que mais se aproxima do ideal é o Uruguai, comendo em média 55 quilos por ano por pessoa.
Na Europa, passou a ser costume, as mães darem para as filhas que se casavam, um pouco de sua própria massa de pão, por achar que assim, elas fariam um pão tão gostoso quanto o delas!
Ao longo da história, a posição social de uma pessoa podia ser discernida pela cor do pão que ela consumia. Pão escuro representava baixa posição social, enquanto pão branco, alta posição social. É porque o processo de refino da farinha branca era muito mais caro. Atualmente, ocorre o contrário: os pães escuros são mais caros e, por vezes, mais apreciados por causa de seu alto valor nutritivo.
Com a chegada do Cristianismo, o pão, alimento essencial ao corpo, transforma-se em símbolo da vida. O menino nascido em Belém, casa do pão em hebreu, anuncia milagres e realiza o mais celebre deles: a multiplicação dos pães. Com sua morte e a fundação da Igreja, institui-se o ritual da Eucaristia, em que o pão representa o corpo de Cristo. Na oração do “Pai-nosso” é pedido a Deus “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”.
Os judeus, só oferecem a Deus o pão ázimo, matzot (ídiche), mátza (hebráico), basicamente, farinha e água, sem fermento - levedura (chametz) ou outros ingredientes. Até hoje, esse é o pão que eles comem na páscoa judáica (Pessach) ou festa dos pães ázimos (Hag ha-matzot), época em que é proibido consumir qualquer alimento fermentado - levedado.

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