segunda-feira, 18 de junho de 2007

AHHH A SAUDADE ,
fios invisíveis que me ligam à ttos seres ....>>>Yan Ay <<<<
Saudade segundo o Aurélio é:

“Substantivo feminino - Lembrança nostálgica e,
ao mesmo tempo, suave,
de pessoas ou coisas distantes ou extintas,
acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las;
nostalgia.”



Gostei! Nada mais substantivo do que a saudade ser feminino.

Melhor dizendo, acho tão próprio do gênero feminino sentir saudade e gosto de senti-la,
até porque não associo à tristeza propriamente dita e sim a uma doce melancolia.
Quando a saudade aperta e por conseqüência as lembranças vão chegando de mansinho, sempre tenho uma vontade esquisita.

Sempre penso em como seria bom voltar a um dia no tempo com determinada pessoa sabendo o que sei agora.

Um sentido abraço na minha mãe, ter dito “eu te amo” para o meu pai quando ele foi colocado na ambulância numa noite muito triste , onde tudo era perplexidade e espanto....


ter perdoado o primeiro amor que por inexperiência,
assim como eu, ainda não sabia amar,
dormir com a sensação de paz inigualável no peito dele somente mais uma vez.

Pescar da infância o melhor dia e vivê-lo de novo.


Um dia para cada pessoa que me foi tão cara, pessoas que foram embora,
outras que mandei, algumas que gostaria de ter conhecido melhor.

Um úniko dia com cada uma delas, para aproveitar com a intensidade do sabor " das coisas findas / muito mais que lindas/estas fikarão... "
como escreveu o poeta maior e cósmico Drummond e me atrevo a dizer: fikaram.


( estava mto forte há um ano e meio atrás - [final de 2005] ...mas uma hora e quarenta minutos de akdemia eh mto tempo de vida ; preferi por ser imensamente melhor, retornar para os cinquenta minutos dentro da piscina ,esse útero líquido simbólico gentil .Procuro nadar - e meditar enquanto nado - todos os dias. )

Andei vasculhando meus arquivos de coração literários
e vou terminar com uma obra minha sobre Saudade , cujo final , segundo todos que leram e se deteram nela ,
segundo eles ficou antológico .Admito que foi uma das mais belas obras que já criei na minha ainda curta yan vida .




Inciciarei com Neruda no apogeu luminoso magnífico :

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca
, é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam
, é a dor dos que ficaram para trás
, é o gosto de morte na boca dos que continuam...


Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:

aquela que nunca amou
E esse é o maior sofrimento
: não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido. Pablo Neruda



"e a saudade que eu tinha de gente fazia com que eu rolasse horas na areia do sol abrasador, abraçando meu próprio corpo, inventando um prazer que eu precisava para me sentir vivendo talvez,

porque eu não tinha medos nem preocupações nem mágoas nem nada concreto nem expectativas, as minhas células amorteciam, eu sentia que ia acabar virando uma palmeira, os meus pés agora parecem raízes,

mas ainda tenho mãos, então eu rolava na areia quente enquanto meus dentes faziam marcas fundas roxas nos meus braços, nas minhas pernas e de repente todas as minhas células explodiam em vida, exatamente isso, em vida,

eu tinha dentro de mim todo aquele sol todo aquele mar tudo aquilo que eu conhecera antes, que conheceria depois, se não estivesse aqui. Eu ficava amplo, na areia, abraçado a mim mesmo” Caio Fernando Abreu – Trecho (In O Inventário do Ir-remediável)




“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença.

Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda.

Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida." Clarice Lispector



SAUDADE DOÍDA

Esta saudade é tanta, que me faz doer

Ela esmaga minha alma, se concentra na minha dor

Me transforma numa realidade impiedosa

Que atinge meu corpo e me sufoca o peito

A dor desta saudade é tão grande

Que não tendo como se expandir,

transforma-se em lágrimas

Lágrimas de saudades, sofrimento, compaixão

Lágrimas de esperança que não morre, adormece

Saudade que dói, saudade que me faz doer

Saudades das palavras digitadas pelas tuas mãos

Das doçuras de teus afagos e encantos

Do aconchego dos teus braços e dos lábios que beijei

Dos teus olhos me fitando... eu dentro deles a te fitar

Saudade, esmagadora saudade

Me estraçalha , me esmaga e me maltrata

Os ventos dizem que a saudade geme e sente

Eu quero poder dizer que saudade encanta.

Porque saudade alimenta,sem a saudade não há alento.

Autora: Rose Mary Sadalla Rio de Janeiro - RJ – Brasil > Biblioteca Nacional < "(...) Só é triste quem não se recorda,

quem não mistura os fatos com as impressões.

Toque-me no pescoço, o braço ficará arrepiado e será um acontecimento.

Toque-me na memória e vou me encontrar mais do que me pertenci.

Nenhuma separação é maior do que a possibilidade de restauração da memória.

Não existe escombro que não possa servir de pedra novamente. A memória devolve o que não tínhamos.

A memória é a saudade do que virá.

Não há quem não feche os olhos ao comer, não há quem não feche os olhos ao cantar a música favorita, não há quem não feche os olhos ao beijar, não há quem não feche os olhos ao abraçar. Fechamos os olhos para garantir a memória da memória.

É ali que a vida entra e perdura, naquela escuridão mínima, no avesso das pálpebras. Concentramo-nos para segurar a dispersão, para segurar a barca ao calor do remo.

O rosto é uma estrutura perfeita do silêncio. Os cílios se mexem como pedais da memória. Experimenta-se uma vez mais aquilo que não era possível.

Viver é boiar, recordar é nadar.

Escrevo na água, no vento da água. O passado sem os olhos fechados é como uma roupa enrugada. Sem corpo Carpinejar
/

"Ah, se eu pudesse te transmitir a lembrança,

só agora viva, do que nós dois já vivemos sem saber." Clarice Lispector


"O tempo não para! (Cazuza) > A saudade é que faz as coisas pararem no tempo... (Yan)''


"Perdi-me dentro de mim

Porque eu era labirinto

E hoje, quando me sinto.

É com saudades de mim" Mário de Sá-Carneiro


Fragmentos 92

"Ah, não há saudades mais dolorosas

do que as das coisas que nunca foram!" Fernando ‘Pessoas’



"Saudade é algo que ficou de alguém que não ficou." M.Quintana


Chega de Saudade


Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela

Não pode ser, diz-lhe numa prece

Que ela regresse, porque eu não posso

Mais sofrer. Chega de saudade a realidade

É que sem ela não há paz, não há beleza

É só tristeza e a melancolia

Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

Mas se ela voltar, se ela voltar,

Que coisa linda, que coisa louca

Pois há menos peixinhos a nadar no mar

Do que os beijinhos que eu darei

Na sua boca, dentro dos meus braços

Os abraços hão de ser, milhões de abraços

Apertado assim, colado assim, calado assim

Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim.

Não quero mais esse negócio de você longe de mim... Tom Jobim





Abaixo uma obra minha que poderá se tornar um clássico, exatamente como o soneto do Amor infinito de Vinícius de Morais.

Fikará tb, no imenso oceano poético planetário.

Eh atemporal e universal o q eu escrevie doo a aqueles q muito se amam. YAN AYRTON

*** ***

Título:Um supliciante estado chamado Saudade.

Autor: Yan Ayrton

Dedicado ao ser amado ansiado

Saudade como explicá-la

Ela de ti não quer em mim calá-la....!

Esta minha tonta

e tanta vontade de ter-te

sempre junto à mim

esse seu jeito, esse seu ser

-precioso ,e delicioso sem fim,

Me faz órfão de tudo assim!

****

Esse amor pendular

Que parece-se sumir ao mar :

A viver e padecer

- em partidas e chegadas –

do seu ser a mim !

Vc tta magia produz

É para mim,Yan

paraíso e tb

martírio e sufoco.

***

O meu coração sedento

Karente de tudo de ti

Inquieto e louco de ausência de ti

Quando deseja nesse tanto amar

Não o mar mas a terra

Para ele e a ti enraizar!!!

( ....................... )

Estavas assim seu ser

despido em meus braços

Alheados de tudo e de todos

Assim refugiados

Nós nos prolongamos

( ............)

E em teus olhos

Uma imensa ternura pairava -

me fazia flutuar

Em absoluta e pura doucura !

(...........................)

Esquecíamos do Tempo..

Era tarde.


Nossa sofreguidão era retê-lo.

Detê-lo.

Mantê-lo reverenciando

-Aquele extasiamento -

Puro,integro, lindo e nosso.

>>>>>> o <<<<<<

Numa sofreguidão saciada

À sempre insaciar-se

Não posso resignado fikar

À ver aproximar-se cruel

A hora da partida

Dor sofrida sem medida
À mediar os nossos encontros
E tome látegos e distâncias,

E uma onipresente Saudade

Uma irreprimível vontade

À fustigar e escalpelar

Num caústico,horrível penar,

Ao coração imolar

E sangrar,sangrar,sangrar

Por longe de novo de ti estar!

Viemos matar saudades

Ou de saudades prepararmos

De novo para ausentes de nós morrer?

Até qdo??

Até qto??? YAN AYRTON , 26/08/2006

PS : fikou pungente e hiper sincero...falei com o meu coração em imensa emoção ....o final exprime tudo....YAN AY


A lágrima

A lágrima que mais dói

não é a que na face corre.

A que mais nos corrói

é a lágrima disfarçada,

aquela que é sustada,

que não pode aparecer.

//

Que morre na garganta,

sufoca, explode, espanta,

procura disfarçar...

//

num riso desapontado,

ou num olhar desviado,

não podendo soluçar.

//

É aquela que por dentro,

num solavanco mudo,

parece que rompe tudo,

em borbotões de soluço,

o pranto vai cáustico,envolvendo.

//

Como é difícil enganar!

Não é a lágrima caída

que é a mais dolorida.

É aquela que é engolida,

e que por dentro escondida,

faz o peito soluçar.

//

.Enquanto o sorriso aflora,

o coração é que chora,

sem poder demonstrar...

Viver é saudade prévia...

plantamos hoje a saudade de amanhã.

Carlos Drummond de Andrade


Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto,

é ser maior Do que os homens!
Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja

Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente! Florbela Espanca

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