sábado, 16 de junho de 2007


Desolação - além da consternação . SUPERAÇÃO .

AGRADECIMENTO TRANSCENDENTE


A ti , meu Anjo , amor dos meus encantos ,
A ti que velas todas as horas dos meus dias ,
A ti que trazes luz aos meus espantos ,
Eu agradeço a superação das agonias .

As agonias que rondaram cantos ,
Os mais escuros de paredes frias ,
Quando era eu um carrilhão de prantos ,
E tu - de perto – , só tu, me ouvias.

De todos,neste tão vasto mundo,
- na solidão,na imensidão dos seres

só tu me percebias.

Sem que eu chamasse foste os acalantos
das minhas noites tristes e vazias .
E eu que chamava por todos os santos.
Não via a ti que tanto me sorrias .

A ti, meu Anjo , amor dos meus encantos.
Eu agradeço os meus renovados
E em tudo esperançados, agora melhores dias. YAN AYRTON, 8 de setembro de 2005.


luzes,lindas luzes


Angels are all around us, more so in this new millennium than at any time in recent memory.
They are here to help; the only requirement is that you ask.
So, even if you feel foolish, call on the angels for assistance any time you feel you do not know how to handle a situation,
and you will be amazed at the subtle change that follows.
Many of us believe in some higher power - whether Jesus,or even above Him, The Great Architect - but do not want to ‘bother’ such high beings with the trivial concerns of our daily lives.
It is in just such situations that the angels are happy and willing to help.

Angels are the ethereal embodiment of unconditional love and spiritual joy and it is often possible to feel their delight and happiness as they come to your aid.
( Yan Ayrton )







MEDO E SOFRIMENTO

Compreendi o sofrimento de repente, como se descobrisse um homem suspenso, imóvel, perdido e imóvel dentro de ser só o sofrimento e o mundo.
Poucos momentos no céu e tudo tem sentido. O medo e o sofrimento como um gesto desse mundo de sonhos esquecidos e de rostos inúteis.

Compreendi que no sofrimento existe um espelho com todo o tempo, um espelho que é concreto e invisível. Tudo é concreto e invisível: dentro de mim e longe de mim. Longe do toque dos meus dedos e dentro do meu peito.

Compreendi que o fumo e o vento existem dentro do sofrimento. Quem conhece o fumo e o vento conhece o respeito pelo terror. O medo existe dentro do terror, muito perto do terror, como os homens existem muito perto de perder tudo.

O medo, muito perto do terror, é um silêncio de homens e mulheres que existe no momento em que todos, homens e mulheres, percebem que existem muito perto de perder tudo.

Dor e sofrimento nos olhos. Conheci o sofrimento de repente e foi muito cedo. O medo como um crepúsculo de nuvens. O medo incrível e impossível.

O medo entre muros de medo. O medo é um segredo que só o silêncio de um rosto conhece. O medo entre muros de medo.

Mulheres e homens, todos sozinhos, suspensos e imóveis num segredo único: o medo muito perto do terror. (José Luís Peixoto- UMA CASA NA ESCURIDÃO)




Uma absoluta obra prima dele ,o mágico e luminoso ,- em tudo precioso -, Drummond

Minha mãe

Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo
Tenho medo da vida, minha mãe.

Canta a doce cantiga que cantavas
Quando eu corria doido ao teu regaço
Com medo dos fantasmas do telhado.
Nina o meu sono cheio de inquietude
Batendo de levinho no meu braço

Que estou com muito medo, minha mãe.

Repousa a luz amiga dos teus olhos
Nos meus olhos sem luz e sem repouso
Dize à dor que me espera eternamente
Para ir embora.
Expulsa a angústia imensa
Do meu ser que não quer e que não pode
Dá-me um beijo na fronte dolorida
Que ela arde de febre, minha mãe.

Aninha-me em teu colo como outrora
Dize-me bem baixo assim:
– Filho, não temas
Dorme em sossego, que tua mãe não dorme.
Dorme.
Os que de há muito te esperavam
Cansados já se foram para longe.

Perto de ti está tua mãezinha
Teu irmão, que o estudo adormeceu
Tuas irmãs pisando de levinho
Para não despertar o sono teu.

Dorme, meu filho, dorme no meu peito
Sonha a felicidade. Velo eu.




Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo
Me apavora a renúncia.
Dize que eu fique
Dize que eu parta, ó mãe, para a saudade.

Afugenta este espaço que me prende
Afugenta o infinito que me chama
Que eu estou com muito medo, minha mãe. Carlos Drummond de Andrade, Rio de Janeiro, 1933
De emocionar às lagrimas ,magnífico e insubstituível Drummond !

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