“Ao término do jogo, o rei e o peão voltam para a mesma caixa.” ( Yan )
“Ser pedra é fácil,
O difícil, é ser vidraça.” ( Yan )
“Qdo as armas estão prontas, o bom senso vai-se embora.” ( Yan )
“Pouko se aprende com a vitória,
Mas muito com a derrota.” ( Yan )
“Ninguém experimenta a profundidade de um rio com os dois pés.” ( Yan )
“Quem estuda e não pratica o que aprendeu,
é como o homem que lavra e ñ semeia” ( Yan )
“A gente tropeça sempre nas pedras pequenas,
Pq as grandes a gente logo enxerga.” ( Yan )
É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, mesmo correndo o risco de perder tudo,
do q permanecer estático, como os pobres de atitude, q não lutam, mas tb não vencem,
q não conhecem a dor da derrota, nem a glória de ressurgir dos escombros
Esses pobres de atitude, ao final de sua jornada na Terra não agradecem a Deus por terem vivido,
mas desculpam-se perante Ele,por terem apenas passado pela vida... ( Yan Ayrton )
“Tudo o q acontece uma vez, pode nunka + acontecer...
Mas tudo o q acontece duas Xs, acontecerá certamente uma 3a.” ( Yan )
de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.
Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo
procuro sempre.
Procuro sempre,
e minha procura
ficará sendo
minha palavra. ( Carlos Drummond de Andrade )
Sentimental
Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria,
cheia de escamas
e debruçados na mesa
todos contemplam esse romântico trabalho.
Desgraçadamente falta uma letra,
uma letra somente para acabar teu nome !
- Estás sonhando?
Olhe que a sopa esfria !
Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências,
um cartaz amarelo: "Nesse país é proibido sonhar." Carlos Drummond de Andrade
Vida e obra de Carlos Drummond de Andrade Poeta Maior , Escritor: 1902 - 1987
1902, 31 de outubro: Carlos Drummond de Andrade nasce em Itabira do Mato Dentro, Estado de Minas Gerais, filho do casal fazendeiro Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade.
- 1910: Aluno do grupo escolar, em Itabira.
- 1916: Interno no tradicional Colégio Arnaldo, de Belo Horizonte.
- 1918: Vai para Friburgo, estudar no Colégio Anchieta, dos jesuítas, onde colabora no jornal Aurora Colegial.
- 1920: Muda-se para Belo Horizonte.
- 1921: Publicações no jornal Diário de Minas. Freqüenta a Livraria Alves e o Café Estrela, pontos de encontro de escritores em Belo Horizonte.
- 1924: Inicia correspondência com o poeta Manuel Bandeira. Conhece Blaise Cendrars, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Mário de Andrade e começa a corresponder-se com este.
- 1925: Casa-se com Dolores Dutra de Morais. É um dos fundadores de A Revista, publicação modernista. Forma-se farmacêutico.
- 1926: Redator do Diário de Minas.
- 1927: Nasce, a 21 de março, seu primogênito, Carlos Flávio, que vive apenas meia hora.
- 1928: Nasce, a 4 de março, sua filha Maria Julieta.
- 1930: Publica Alguma Poesia. Com a Revolução, torna-se oficial de gabinete do amigo Gustavo Capanema, Secretário do Interior.
- 1934: Publica Brejo das Almas. Transfere-se para o Rio de Janeiro, como chefe de gabinete do Ministro da Educação e Saúde Pública.
- 1940: Publica Sentimento do Mundo.
- 1942: A Editora José Olympio lança seu livro Poesias.
- 1944: Publica Confissões de Minas.
- 1945: Saem A Rosa do Povo e O gerente. É chamado por Rodrigo M. F. de Andrade para trabalhar na Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
- 1947: Publica Poesia até agora.
- 1951: Publica Claro enigma, Contos de Aprendiz, A mesa.
- 1952: Saem Passeios na ilha e Viola de bolso.
- 1954: Lança Fazendeiro do ar & Poesia até agora. Começa a colaborar no jornal Correio da Manhã.
- 1955: Sai Viola de bolso novamente encordoada.
- 1956: Lança os 50 Poemas escolhidos pelo autor.
- 1957: Fala, amendoeira e Ciclo são publicados.
- 1962: Saem Lição de coisas, Antologia Poética, A bolsa & a vida. Aposenta-se.
- 1963: Prêmios :Fernando Chinaglia, da União Brasileira de Escritores e Luísa Cláudio de Souza, do PEN Clube do Brasil, pelo livro Lição de coisas.
- 1964: A Editora Aguilar publica sua Obra completa.
- 1965: Publica, em colaboração com Manuel Bandeira, Rio de Janeiro em prosa & verso.
- 1966: Publicação de Cadeira de balanço, Versiprosa, José e Outros, da antologia Minas Gerais, na Coleção Brasil, Terra e Alma.
- 1968: Boitempo e a falta que ama. Início da colaboração no Jornal do Brasil. É publicado o volume Reunião (10 livros de poesia).
- 1971: Sai Caminhos de João Brandão.
- 1971: Lançada a Seleta em prosa e verso.
- 1972: Sai O poder ultrajovem. Por ocasião do seu 70o aniversário, vários jornais brasileiros publicam suplementos comemorativos.
- 1973: Impurezas do branco, Menino antigo (BoitempoII ). Prêmio de Poesia da Associação Paulista de Críticos Literários.
- 1975: Lançamento de Amor, amores.
- 1977: Saem A visita, Discurso de primavera e algumas sombras e Os dias lindos. do mundo.
- 1978: 2a edição, corrigida e aumentada, de Discurso de primavera e algumas sombras. Publicação de 70 historinhas e O marginal Clorindo Gato.
- 1979: Esquecer para lembrar (Boitempo III ). -
1980: Lançamento de A paixão medida, em edição de luxo.
- 1981: Publica Contos plausíveis em edição de luxo e, com ilustrações de Ziraldo, O pipoqueiro da esquina.
- 1982: Por ocasião dos 80 anos do escritor, são realizadas exposições comemorativas. Recebe o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Publica A lição do amigo - Cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade, com notas do destinatário.
- 1983: Publica Nova reunião (19 livros de poesia ) e O Elefante (infantil ).
- 1984: Assina contrato com a Editora Record. Despede-se do Jornal do Brasil, com a crônica “Ciao”. Saem Boca de Luar e Corpo.
- 1985: Publica Amar se aprende amando, O observador no escritório (memórias ), História de dois amores (infantil ) e Amor, sinal estranho.
- 1986: Publica Tempo, vida, poesia. Escreve poemas para a edição comemorativa do centenário do poeta Manuel Bandeira.
- 1987: Sua filha Maria Julieta falece, a 5 de agosto. Drummond morre a 17 do mesmo mês, deixando então inéditos
O avesso das coisas,
Moça deitada na grama,
Poesia errante (Viola de bolso III),
O amor natural,
Farewell,
e Arte em exposição,
além de crônicas, dedicatórias em verso por ele coletadas, correspondência e um texto para espetáculo musical ainda sem título.Maria Consuelo Cunha Campos
“Mas o curioso na obra de Drummond, espírito aberto a todas as inovações formais do modernismo (até os nossos dias), é que a norma lingüística não é jamais violentada na sua natureza. O poeta se move dentro da língua portuguesa. Conhece-lhe os ângulos e a elasticidade vernácula.” Gilberto Mendonça Teles
“Por todos esses significados da simplicidade drummondiana, seus parentes mais próximos não são outros poetas, mas os romancistas Graciliano Ramos e Clarice Lispector. Existe nele e nela um cultivo inimitável da língua portuguesa (tal como falada coloquialmente por todos nós) como matéria para um estilo clássico literário brasileiro (tomamos aqui a palavra clássico como oposta aos exageros e rompantes dos escritores românticos que, acreditam, podem inventar seu próprio léxico individualizado, como é o caso de Guimarães Rosa).
O estilo clássico literário, na modernidade, é o compromisso ético com o dicionário e a gramática. Dicionário e gramática, tomados na sua simplicidade de norma de valor cidadão. Mais limpa e precisa, mais nítida e útil a língua coloquial portuguesa, mais contundente seu manuseio pelos que dela necessitam para exprimir seus anseios de igualdade e justiça.” Silviano Santiago
“Como uma poesia que tematiza com insistência e sabedoria a vida provinciana na Itabira do Mato Dentro pode oferecer-se de maneira tão cosmopolita a seu leitor, passando-lhe a impressão de que o poeta é un homme du monde, nascido do século de Voltaire e Rousseau?
Como um homem tão pouco viajado (...) pode ter escrito, desde os primeiros livros publicados em Belo Horizonte, uma poesia tão audaciosa e rigorosamente cosmopolita? Como um profissional que desde cedo se definiu pela quase imobilidade da carreira de funcionário público pode dar lição tão rica e tão ampla de geografia e de história universais?” Silviano Santiago
“Se temos de esperar,
que seja para colher a semente boa
que lançamos hoje no solo da vida.
Se for para semear,
então que seja para produzir milhões de sorrisos,
de solidariedade e amizade.“ ( Cora Coralina )